04 dezembro 2013

O relógio

- adereço conceptual para usar no pulso - 



Para-me um tempo por dentro
passa-me um tempo por fora.

O tempo que foi constante
no meu contratempo estar
passa-me agora adiante
como se fosse parar.
Por cada relógio certo
no tempo que sou agora
há um tempo descoberto
no tempo que se demora.

Fica-me o tempo por dentro
passa-me o tempo por fora.

SANTOS, José Carlos Ary dos, 2004.
Obra Poética. Lisboa: Avante (7.ª ed.)

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